quinta-feira, 27 de maio de 2010

Primeira viagem

--Lembrei, terça-feira, de diálogo travado com amigo uns dias atrás:

-Eu: Meus alunos disseram hoje que sou legal. Fiquei feliz. Sinal evidente de carência afetiva.
-Amigo: Carência afetiva por quê? Disseram que você é legal. Qualquer um ficaria feliz.
-Eu: Eles acham todo professor que dá trabalho em grupo nas últimas aulas de sexta legal, bobo.


--Assim, me pus a matutar.
--Ser bacana está fora de questão (porque eu sou e ponto final, humpf). O ponto é: os adolescentes com os quais eu trabalho gostam muito de trabalhar em grupo, o que, honestamente, me intriga.
--Intriga porque não sei trabalhar em grupo, intriga porque sempre detestei trabalhar em grupo e, finalmente, intriga porque, durante toda minha vida escolar, trabalho em grupo sempre me pareceu sinônimo de trabalho individual meu, multiplicado pelo número de integrantes da trupe.
--Depois de termos conversado a respeito das relações entre nosso grupo docente na última reunião de planejamento integrado, tentei encontrar um motivo razoável pelo qual eu tenha essa espécie de dificuldade.
--Cheguei a algumas conclusões: sou mandona e intransigente. Sou chata, perfeccionista, egocêntrica e centralizadora também. Eureka!?
--Mas trabalho em grupo (não exclusiva, mas especialmente na esfera escolar) não é um dispositivo do qual a gente lança mão pra, justamente, levar o sujeito a elaborar esse tipo de dificuldade?
--Verdade é que talvez eu nunca tenha trabalhado em grupo.
--Não até aqui.

Um comentário:

  1. Curiosamente venho percebendo o quanto é dificil trabalhar de fato em grupo. O que encontro são ações individuais que se complementam por inumeros motivos, sobretudo, ideológicos. Agora tendo um olhar distanciado sobre nós mesmos percebo quem, quais e como são as potencias de nosso grupo.Assim compreendo a importância do recolhimento, do espaço, do tempo...

    ResponderExcluir