sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cordel do Jatobá - 2009

Na Escola Jatobá
Eu estudo com vontade
E um dia eu chego lá
Pra fazer a faculdade

E depois da faculdade?
Não há limite para mim
Eu vou ter mais liberdade
Pra ganhar o meu dim-dim

Depois de ganhar dim-dim
Vou comprar o meu carrão
Comprar uma mansão pra mim
E também um avião


Vou pegar meu avião
Viajar para o Sertão
E vou levar o João
Pra colher muito feijão

O João fez faculdade
Não foi pra colher feijão
Foi pra vir para a cidade
E virar um cidadão

O Deassis diz que feijão
Não é uma boa rima
Pra rimar com cidadão
Vou chamar a minha prima


Laurilene não é prima
É, sim, cunhada da Rita
Moça que eu tenho estima
É colega bem bonita

E por falar em beleza
Vamos falar já da Clô
Que eu digo, com certeza,
Até parece uma flor

Essa flor será regada
Com carinho e com amor
É uma professora amada
Que trabalha com fervor


Tem um professor careca
Vinicius é o seu nome
Será que usa cueca
Ou só tem de homem o nome?

Isso é uma brincadeira!
É história inventada
Professor é nossa bandeira
Nos desculpe a piada

Ele é um show de bola
Até parece um artista
Será que toca viola
Ou será um humorista?


Wilson é inteligente
E tem grande competência
Ele brinca com a gente
E da Arte tem ciência

Já o maestro de espanhol
É gordinho e inteligente
Ao contrário da Carol,
Fala língua diferente

Edson é o professor
Dessa língua estrangeira
Ele ensina com valor
Não fica de brincadeira


É bonita e inteligente
Nós vamos da Lu falar
E dá aula para a gente
Na Escola Jatobá

Não esquecendo da Jane
Que é uma grande educadora
Essa nunca entra em pane
Ela é uma vencedora

São pessoas importantes
Elas duas se dão bem
Suas aulas são interessantes
Seus alunos vão além


Vamos falar da menina
Das Ciências Naturais
Ela é uma coisa fina
Falando dos minerais

Edilaine é o nome dela
É uma moça bem sincera
E também é muito bela
Ela veio de outra esfera

A Marli é fundamental
E muito amada por nós
Ela é intelectual
Que nunca nos deixa sós


Indígena é o sangue dela
E o sangue nas veias corre
Uma grande guerreira é ela
De uma tribo que não morre

Eu vou contar pra vocês
Algo que aconteceu
A profª de português
Ela desapareceu

Carol é muito querida
Também amada por nós
Alegre, cheia de vida
Ela voltou logo após



*Cordel do Jatobá foi produzido em 2009 pelas alunas e alunos do Termo III àquele ano

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Combatientes


Desde crió me conducía en el soñar
Toda era imposición



Desde niño controlaban lo que iba a pensar
Mataban la ilusión
Lo que no mata
Me fortalece hoy

Ser combatiente
Me fortalece hoy


Por hoy...

(Trecho da canção "Combatiente" - Maná; ensaio dos formandos do Termo IV com a professora Jane em dezembro/2010)

domingo, 12 de dezembro de 2010

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

terça-feira, 17 de agosto de 2010

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Obrigado pessoal!!!

Queridos amigos professores e funcionários do Jatobá!

Não há palavras para dizer diante de tudo o que vocês fizeram por mim.
E não estou dizendo apenas sobre sexta-feira, mas sim por todo o tempo
em que estive com vocês.
A hospitalidade, o companheirismo, a parceria, o entusiasmo e acima de tudo a amizade.
Por tudo isso eu nunca me esquecerei de vocês!..
Começo hoje um novo desafio, mas tenho certeza da vitória não apenas por querer fazer bem,
mas por saber que há um grupo maravilhoso torcendo por mim.
A vocês grupo mais que especial do Jatobá: MUITO OBRIGADO!!!

Bradnando

domingo, 20 de junho de 2010

Educar para a paz

"Resulta muito mais fácil educar os povos para a guerra do que para a paz. Para educar no espírito bélico basta apelar aos mais baixos instintos. Educar para a paz implica ensinar a reconhecer o outro, a escutar os seus argumentos, a entender as suas limitações, a negociar com ele, a chegar a acordos."
(José de Sousa Saramago, 16/11/1922 - 18/06/2010)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Projeto ECOS

--Na última sexta-feira tivemos nossa primeira experiência bem sucedida de realização do Projeto ECOS na escola.
--Foram seis oficinas abordando questões diversas envolvidas no universo da sexualidade: saúde, gravidez precoce, homossexualidade, violência sexual, sexualidade infantil e sexo como objeto de consumo.
--Nossa organização, coordenada pela Lu, fez toda a diferença dessa vez.
--Todo mundo se envolveu nos debates e o momento da apresentação dos temas debatidos em cada um dos grupos aos demais estudantes foi muito bacana, com gente tímida falando em público, sem neurose, sobre temas que parecem sempre tão cabeludos.
--São muito legais esses momentos de discussão, nos quais a gente consegue perceber preconceitos se dissipando a partir da construção de um aprendizado proporcionado pelo próprio grupo.
--Antes de ir embora, o José Alexandre, do Termo III A, veio me dizer que acha muito importante ter esse tipo de atividade porque, além de ter apreendido um monte de informações, ele, que tinha entrado quieto e cauteloso no debate, se sentiu à vontade pra dizer em público o que pensava.
--Ganhei minha noite!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Olá pessoal ! Cheguei!!!

Queridos amigos ! Graça e paz!

Estou debutando no Blog. Desculpe a demora, mas agora consegui entrar.
É um prazer fazer parte deste espaço democrático e cidadão.
É também uma experiência única fazer parte deste grupo maravilhoso de
professores. Vocês são 10!!!

sábado, 5 de junho de 2010

A esperança é o que nos resta!

No silêncio e no vazio da minha casa, pus a refletir a angustia que me sufocava e me perturbava na minha rotina de trabalho, de aula, de compromisso , de prazer... E após algumas palavras digitadas compus um pequeno poema sem entender muito bem o seu significado. Salvei-o e esqueci-o como os demais poemas e devaneios guardados num arquivo qualquer do meu computador. Mas numa reunião pedagógica com um grupo diversificado, tudo parecia normal: monotonia, grupinhos, sorrisos, desconfiança, derrepente um educador, conhecido por seu bom humor, toma a palavra! E ressalta que todos educadores têm uma fé: a esperança por uma educação igualitária, comprometida, democrática. A palavra esperança ecoou no meu ouvido de uma forma inenarrável e me remeteu a este poema que havia composto algum tempo atrás.

A esperança é o que nos resta!

Esperança borbulha
Explode
Dentro de mim
e da minha boca
Saem
Lavas
Palavras
Questionamentos
Erupção
Que
Escorrem
Num
Terreno
Turvo
Opressor
Angustiado
Desiludido

Formando:
"Roxas"?
Duras?
Secas?

Não!

Mas
Aula
Poema
Flexível
Quente
Encharcado
De esperança

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Primeira viagem

--Lembrei, terça-feira, de diálogo travado com amigo uns dias atrás:

-Eu: Meus alunos disseram hoje que sou legal. Fiquei feliz. Sinal evidente de carência afetiva.
-Amigo: Carência afetiva por quê? Disseram que você é legal. Qualquer um ficaria feliz.
-Eu: Eles acham todo professor que dá trabalho em grupo nas últimas aulas de sexta legal, bobo.


--Assim, me pus a matutar.
--Ser bacana está fora de questão (porque eu sou e ponto final, humpf). O ponto é: os adolescentes com os quais eu trabalho gostam muito de trabalhar em grupo, o que, honestamente, me intriga.
--Intriga porque não sei trabalhar em grupo, intriga porque sempre detestei trabalhar em grupo e, finalmente, intriga porque, durante toda minha vida escolar, trabalho em grupo sempre me pareceu sinônimo de trabalho individual meu, multiplicado pelo número de integrantes da trupe.
--Depois de termos conversado a respeito das relações entre nosso grupo docente na última reunião de planejamento integrado, tentei encontrar um motivo razoável pelo qual eu tenha essa espécie de dificuldade.
--Cheguei a algumas conclusões: sou mandona e intransigente. Sou chata, perfeccionista, egocêntrica e centralizadora também. Eureka!?
--Mas trabalho em grupo (não exclusiva, mas especialmente na esfera escolar) não é um dispositivo do qual a gente lança mão pra, justamente, levar o sujeito a elaborar esse tipo de dificuldade?
--Verdade é que talvez eu nunca tenha trabalhado em grupo.
--Não até aqui.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pássaros

Pássaros
Seus
Instintos
Os faz alçar
Os faz voar
Ao horizonte
Ímpeto
Distante
Intrigante
Brilhante

Voem
Voem
Porém
Cuidado!
Cuidado!
Com tiros
Com falácias
De armas
De discursos
Camuflados
Que matam
Esmagam
Sonhos
Vôos

Convertendo-os
Em
Aves
Gordas
Produtivas
E deliciosamente
Manipuladas

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Tomando Posse

Hoje a diretora de nossa pequena notável escola Jatobá tomou posse, e coincidentemente, hoje, também, estou tomando posse nesse latifúndio virtual de ideias.
Confesso que estava meio desmotivada para essa posse (a minha), por isso estava adiando tal momento, mesmo porque, já dizia Horácio: “A palavra, uma vez lançada, voa irrevogável.".
Mas a motivação chegou antes mesmo do que eu imaginava. Ela veio com a posse da diretora. E o que parecia ser mais um evento simbólico sobre “Democracia na Educação”, com citações freireanas e tudo mais, transformou-se em um verdadeiro exemplo de efetivo exercício democrático.
Não pensem que sou contra as eleições dos diretores, mesmo porque, em nossa escola, pelo menos, essa prática tem funcionado muito bem.
Mas o real motivo da minha posse se deve à mobilização dos nossos alunos da EJA, ocorrida durante o evento. Os alunos cobravam um professor de matemática, desde muito tempo requisitado por eles e pela escola. As cobranças não foram dirigidas para a diretora, era uma questão direta com os representantes da Secretaria de Educação do Município, que estavam presentes no evento e que discursavam durante a posse.
A mobilização nasceu dos próprios alunos, não interferimos no processo de organização, na produção dos cartazes, nem na construção dos argumentos (PERFEITAMENTE COERENTES), mesmo porque, tratava-se do interesse deles. No entanto, a mobilização foi aparentemente considerada uma irresponsabilidade de algumas pessoas (supostos formadores de opinião, talvez...).
Achei um absurdo tal subestimação dos nossos alunos da EJA. Mas depois, lembrei-me do nosso projeto pedagógico “Democracia Pra Quê?”, que relaciona a maioria dos assuntos trabalhados nas disciplinas com o tema “Democracia”, e percebi realmente que tínhamos culpa no cartório, mesmo que de forma indireta.
Paciência, o produto final do projeto era para aparecer só no fim do ano letivo, mas FORÇAS externas o fizeram eclodir com seis meses de antecedência.
Afinal de contas, democracia é para o quê?


Edilaine

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O que aprendemos nesta semana?

Aprendemos que...
Ter bons alunos é fundamental!
Que a ameaças podem surgir de onde menos esperamos.

Democracia para quê?

Convocação a todos sem classe a responder neste post!

domingo, 2 de maio de 2010

Cantos de canários não fazem pássaros voarem

Numa floresta qualquer
Canários
Cantam
Teorias
Convicções
Construídas
Em esferas
Acadêmicas
Por teóricos
Românticos?
Utópicos?
Entoam
Freire
Como:
Músicas
Poemas
Para ouvidos
Alienados
De
Papagaios
Que repetem insanamente
Numa mata qualquer
Numa árvore
Jatobá
Onde

Pássaros
Querendo
Voar
Porém
Não

Cálculos
Matemáticos
Necessários
Para
Voarem...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

No meio do caminho...

No meio do caminho tinha uma predra já dizia o velho poeta. Digo mais!
No meio do caminho existem homens e mulheres, que antecedem o ser educador@, e estas presenças no mundo devem ser respeitad@s, no seu tempo, no seu espaço, na sua cultura. Parafraseamos kilos de teorias sobre educand@s e o seu desenvolvimento e não lembramos de cuidar de nossas presenças nas classes. 
As vezes sinto como se o tempo parasse e o professor congelasse numa esfera metálica: duro, rigido, impenetrável, inacessível. Imagem custosa de ser desconstruida... estar por aqui sem classe é ter  a possibilidade de amadurecer com flexibilidade para quem sabe ser acessível.

domingo, 25 de abril de 2010

Alunos, Educandos, Sintaxe e Cerveja

--Outra sexta dessas, saí com a Lu, o Vinicius e a Marli pra tomar uma cerveja depois da escola.
--Álcool vai, conversa vem, o Filósofo contou que a militância da
UNE mandou muito bem na etapa nacional da CONAE, da qual ele participou, em Brasília.
--Uma das reivindicações dos estudantes era de que se abolisse a palavra “aluno” no documento final da Conferência e no vocabulário da gente, porque este termo significaria algo como pessoa sem luz.
--Já escutei muito esse tipo de reivindicação. Um monte de pessoa troca e sugere que nós troquemos a expressão “aluno” por “educando”. Isso acontece, por exemplo, na Rede de Educação Municipal na qual trabalhamos.
--Resolvi inaugurar minha passagem pelos nossos Diários sem classe mastigando a minha língua portuguesa pra tentar descobrir se essa galera não tem trocado gato por lebre, ou por preá.
--Segundo esse papo pregado pelo povo, "aluno" seria expressão composta pelo prefixo de negação A (não) e LUMNOS – derivado de LUX (luz), significando qualquer coisa como alguém sem luz.
--Acontece que A (ou alfa privativo) é um prefixo que incide sobre palavras originariamente gregas e este não é o caso de LUX, palavra latina. Luz, em grego, é τῶν (pronuncia-se “tón”).
--“Aluno” tem como raiz o verbo latino ALERE (alimentar, nutrir). De modos que, estando no particípio, ao pé da letra, aluno é alguém em nutrição, nutrido, alimentado.
--E quanto ao nosso "educando"?
--Educar guarda dentro de si o verbo latino EDUCERE, composto pelo prefixo EX (fora) e DUCERE (conduzir), conduzir para fora.
--"Educando", assim, é alguém conduzido para fora.
--As duas idéias, tanto da nutrição quanto da emanação, me parecem bonitas metáforas relacionadas ao universo do aprendizado, no qual convivemos todos nós, seres humanos. E nenhuma delas me parece mais ou menos pejorativa do que a outra.
--Entretanto, há, em ambas, outro traço comum, além do lirismo e mais gramatical do que semântico, sobre o qual precisamos nos debruçar: um desses caras está sendo nutrido; o outro, conduzido para fora.
--Fato é que os dois são objetos de ações sem sujeito.
--Paro por aqui, sugerindo mais uma sexta com cerveja para que pensemos a respeito.
--O que vocês acham?